- De que maneira posso melhorar a vida financeira do meu cliente?
- De que maneira o item anterior pode aumentar minha lucratividade?
- Qual é o modelo de negócio desta geração?
Alertou que o termo market share é um conceito traiçoeiro. Antigamente, podíamos afirmar que quem dominasse o market share seria, com certeza, mais lucrativo. Hoje, a situação mudou, afirma o palestrante.
Existe, para o palestrante, uma nova tendência, uma mudança de paradigma, de um modelo antigo de market share de 20 anos atrás para um novo modelo de lucratividade, conectado à migração de valor. Uma das regras de migração de valor é que um modelo de negócio tem vida útil de cinco a seis anos em certos setores e de somente dois a três anos em setores como de tecnologia.
Por isso, os números da receita de uma empresa focada em market share acabam tornando-se uma “maldição” - embora a participação de mercado seja muito importante, a questão é onde é possível criar lucro e como se pode maximizar o market share nesse espaço e não apenas maximizá-lo de forma geral.
Alguns itens estratégicos definem um modelo de negócio. E algumas perguntas podem identificá-los, segundo Slywotzky:
- Que clientes vamos servir ou não servir?
- Qual a proposta especial de valor do nosso produto? Por que o cliente quer comprar de mim e não do concorrente? Como a empresa ganha dinheiro no relacionamento com o cliente?
- Qual é a fonte de controle estratégico? Como protegemos nossa lucratividade num momento em que o mais importante não é a relação com o concorrente mas o poder do cliente cada vez maior?
- Qual o modelo do seu negócio hoje? Quanto tempo este modelo ainda vai durar?”
- Qual a lucratividade desejada? Quais são suas áreas não lucrativas dentro e fora dele
- Daqui a 2 ou 4 anos, seja qual for o ritmo da competitividade, qual será o modelo adequado para continuar a proteger a lucratividade?
O poder do cliente mudou: antes, havia produtos únicos e clientes fragmentados. A balança do pendia 95% do lado do fornecedor. Hoje, em muitos negócios, o consumidor tem a percepção de que o que ele compra é uma commodity. Eles acreditam que têm quatro ou cinco escolhas para aquilo que querem comprar.“
A questão é onde, ao longo desta distribuição de poder, o seu negócio está. A relação está se fortificando ou enfraquecendo? Se está enfraquecendo, que mudanças você tem que fazer em seu negócio? O que nós projetamos no nosso modelo para nos dar controle estratégico e proteger lucratividade?”
“Se o que vendemos é commodity, não há controle estratégico, não há como proteger. Se o que vendemos é uma commodity com vantagem estrutural, aí é possível criar proteção”.
Outra grande mudança de paradigma comentada por Slywotzky é que a prioridade do cliente está mudando rapidamente. Isso dificulta a proteção da lucratividade. “Quais eram as duas ou três prioridades do meu cliente no passado e quais serão elas no futuro? Quais são as duas ou três coisas que eu vou poder fornecer e meus concorrentes não, o que me permitirá receber um plus por isso?”
Autor de vários livros sobre o tema lucratividade, Slywotzky afirmou que as zonas não lucrativas do negócio de uma empresa aparecem como aquelas com maior potencial de crescimento. A crença de que clientes que não dão lucro devem ser eliminados deve ser repensada. Em muitos casos, o problema não reside no cliente, mas no fato de que a empresa tenta aplicar um mesmo modelo de lucratividade para tipos diferentes de clientes..
“Como se obtém o lucro no seu negócio?”, questionou o consultor internacional. Na realidade, existem vários modelos diferentes de lucro. Grande parte deles já foi utilizado e essa experiência pode ser aproveitada. Mas a questão é se seria possível criar um modelo de lucratividade único.
Slywotzky exemplificou essa questão com o case da Toyota. Sim, era possível criar um modelo único de lucro, pois a Toyota é a 5a empresa no seu segmento em termos de volume, mas tem mais valor do que as três primeiras juntas. E isso só tende a crescer. A Toyota está sempre se questionando: qual será o próximo modelo lucrativo de negócio? Ou seja, ela está pensando 10 anos à frente.
A psicologia da lucratividade
Para definir o que é lucratividade, Slywotzky utiliza uma simples frase: a lucratividade nada mais é do que recurso para reinvestimento. Se não há lucro, não há como reinvestir.
É importante analisar o mercado não apenas através da própria lente, mas reconhecer que devemos analisar a economia sistêmica. O produto é a “caixa pequena” e a equação econômica total dos clientes é a “caixa grande”. Devemos analisar o custo do cliente versus o custo total do seu negócio. E analisar: “O que mais devo vender? Quais problemas econômicos devo resolver?”
Gestão estratégica de riscos
Adrian afirma que a melhor forma de proteger a lucratividade é fazer a gestão estratégica de riscos. Sugere que nos questionemos sobre três principais tópicos:
- Quais são os principais riscos que podem prejudicar o meu negócio?
- O que posso fazer a respeito?
- Há como transformá-los numa tendência ascendente de lucratividade?
O alerta do consultor é que os riscos estratégicos estão aumentando. Os riscos não-gerenciados afetam até as melhores equipes e os melhores modelos de negócio. Por isso, a sugestão do professor é que nas próximas semanas você faça uma relação dos maiores riscos estratégicos que podem destruir seu modelo de negócio. “Lembre-se que a cada quatro ou cinco anos devemos reinventar o nosso negócio”, diz Slywotzky, que conclui: “Risco não é mais que um substituto caro para a informação”.
Fonte: Portal HSM On-line 12/03/2008
Nenhum comentário:
Postar um comentário